terça-feira, 17 de abril de 2007

Deus está sempre presente

Sonhei um dia caminhando pela praia juntamente com Deus.
E revi, espelhado no céu,
todos os dias da minha vida passada.
Em cada dia vivido, apareciam na areia,
duas pegadas: as minhas e as d`Ele.
No entanto, de quando em quando,
vi que havia apenas as minhas pegadas,
e isso precisamente nos dias mais difíceis da minha vida.
Então perguntei a Deus: “Senhor, eu quis viver contigo,
e Tu prometes-te ficar sempre comigo.
Porque me deixas-te sempre sozinho,
logo nos momentos mais dificeis? ”
Ao que Ele respondeu:
“Meu filho, sabes que Eu te amo e nunca te abandonei.
Os dias em que viste só umas pegadas na areia são precisamente aqueles em que Eu te levei nos meus braços.”

domingo, 8 de abril de 2007

Anjos imperfeitos...

No outro dia dei por mim a fazer uma pequena reflexão, que gostaria de partilhar convosco... Depois de ter escrito o texto todo, ainda pensei em alterar uma pequenas coisas, mas quis deixar assim para saber o que pensavam acerca deste assunto... É um texto com uma vertente um pouco metafórica, mas fácil de compreender (penso eu :-P ) e fico à espera de comentários, sejam eles bons ou maus (o que vos vier à cabeça...)
Todos temos um anjo dentro de nós…
Um anjo que nos faz sonhar, ter esperança, acreditar na felicidade…
Esse anjo está sempre presente, mas só o sentimos quando acreditamos nele.
Não é preciso muito para que isso aconteça, basta deixar que o anjo guie o nosso modo de viver. Isto não significa anularmo-nos perante as suas vontades, mas sim tornar essas vontades nossas também.
Quem não gosta de ver as pessoas que ama com um sorriso no rosto? O anjo quer fazer as pessoas felizes, pois assim também está feliz. Se dermos valor ao anjo, também nós partilharemos essa felicidade.
Quem não fica sensibilizado com algumas situações mais críticas do nosso mundo, como guerras, doenças, pobreza e fome? O anjo quer ajudar todas as pessoas a ultrapassar essas situações, pois assim sentir-se-á bem por ajudar quem precisa. Se dermos valor ao anjo, também nós nos sentiremos bem por essa acção.
Quem, no seu dia-a-dia, não sabe que há amigos que precisam da nossa ajuda para resolver qualquer problema? O anjo deixa tudo para trás e corre a ajudar os amigos, pois sabe que a sua ajuda é importante. Se dermos valor ao anjo, ouvir os nossos amigos e ajudá-los não será um dever, mas sim uma forma de manter a união e a cumplicidade da amizade.
Mas, com tudo isto, não quero dizer que quem não escuta o seu anjo não ajuda os outros; porém, fá-lo como se fosse apenas uma obrigação, para não “ficar mal” perante a sociedade. Há ainda os que até o ouvem, porém não compreendem o verdadeiro sentido das suas palavras.
Apesar de tudo, existem bastantes pessoas que dão verdadeira importância às palavras do seu anjo; nem sempre são os autores de grandes feitos, vão espalhando sorrisos pelos que o rodeiam.
Sim, todos temos um anjo dentro de nós…
Mesmo que se não seguíssemos ou fizéssemos parte de qualquer religião ou grupo religioso, podíamos acreditar em anjos. Porquê? Ora, porque este anjo não é nada de transcendental ou mítico; se o fosse, não estaria dentro de nós, comuns mortais imperfeitos... Este anjo é apenas uma parte da nossa consciência, que se reflecte no nosso modo de viver. É uma “outra face” da nossa existência, que podemos usar ou pôr de parte.
Não deixemos os nossos anjos fora da nossa vida! Eles trazem-nos felicidade… quem não que ser feliz?
Deixo um desafio: descubram os vossos anjos e apresentem-nos às outras pessoas; mesmo que a reacção delas não seja muito boa à partida, não desistam, há sempre alguém no mundo para quem o vosso anjo é muito importante.
Ah, e sejam anjos uns dos outros: a vossa alegria e sensação de realização serão plenas.
Nunca se esqueçam: todos temos um anjo dentro de nós…

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Mensagem do Papa Bento XVI para o Dia Mundial da Juventude 2006

Para quem não teve oportunidade de a ler...



“A Tua palavra é lâmpada para os meus pés,

E luz para o meu caminho” (Sl 119,105)

Queridos jovens! Ao dirigir-me com alegria a vós que vos estais a preparar para a XXI Jornada Mundial da Juventude, revivo na minha alma a lembrança das experiências enriquecedoras que tive na Alemanha no passado mês de Agosto. A Jornada deste ano será celebrada nas diferentes Igrejas locais e será uma ocasião oportuna para reacender a chama do entusiasmo despertada em Colónia e que muitos de vós levastes às próprias famílias, paróquias, associações e movimentos. Será, ao mesmo tempo, um tempo privilegiado para fazer participar a tantos amigos vossos na peregrinação espiritual das novas gerações para Cristo.


O tema que vos proponho é um versículo do Salmo 119 (118): “A Tua palavra é lâmpada para os meus pés, e luz para o meu caminho” (v. 105). O amado João Paulo II comentou estas palavras do Salmo dizendo que “o orante se derrama em louvor à Lei de Deus, lei que toma como lâmpada para os seus pés no caminho muitas vezes obscuro da vida”. (Audiência geral de 14 de Novembro de 2001). Deus revela-se na história, fala aos homens e a sua palavra é criadora. Com efeito, o conceito hebraico “dabar”, habitualmente traduzido com o termo “palavra”, quer significar tanto palavra como acto. Deus diz o que faz e faz o que diz. No Antigo Testamento anuncia aos filhos de Israel a vinda do Messias e a instauração de uma “nova” aliança; no Verbo feito carne Ele cumpre as suas promessas. Isto é posto em evidência, também, no Catecismo da Igreja Católica: “Cristo, Filho de Deus feito homem, é a Palavra única, perfeita e insuperável do Pai. N’Ele, o Pai disse tudo. Não haverá outra palavra além dessa” (n. 65). O Espírito Santo, que guiou o povo eleito inspirando os autores das Sagradas Escrituras, abre o coração dos crentes à inteligência de quanto estas contêm. O mesmo Espírito está activamente presente na celebração eucarística quando o sacerdote, ao pronunciar “na pessoa de Cristo” as palavras da consagração, converte o pão e o vinho no Corpo e no Sangue de Cristo, para que seja alimento espiritual dos fiéis. Para avançar na peregrinação terrestre rumo à Pátria celeste, todos precisamos de nos alimentar da palavra e do pão da Vida eterna, inseparáveis entre si!


Os apóstolos acolheram a palavra de salvação e transmitiram-na aos seus sucessores como uma jóia preciosa guardada no seguro cofre da Igreja: sem a Igreja esta pérola correria o risco de se perder ou de se partir em pedaços. Queridos jovens, amai a palavra de Deus e amai a Igreja, que vos permite ter acesso a um tesouro de um valor tão grande, introduzindo-vos a apreciar esta riqueza. Amai e segui a Igreja, que recebeu do seu Fundador a missão de mostrar aos homens o caminho da verdadeira felicidade. Não é fácil reconhecer e encontrar a autêntica felicidade no mundo em que vivemos, no qual o homem é muitas vezes refém de correntes ideológicas que o levam, apesar de se crer “livre”, a perder-se nos erros e ilusões de ideologias aberrantes. É urgente “libertar a liberdade” (cfr. Encíclica Veritatis splendor, 86), iluminar a escuridão na qual a humanidade vai às cegas. Jesus mostrou como isso pode acontecer: “Se permanecerdes na minha Palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos; conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8, 31-32). O Verbo encarnado, Palavra de Verdade, nos torna livres e dirige a nossa liberdade para o bem. Queridos jovens, meditai muitas vezes a palavra de Deus, e deixai que o Espírito Santo seja o vosso mestre. Descobrireis, assim, que o pensamento de Deus não é o pensamento dos homens: sereis levados a contemplar o Deus verdadeiro e a ler os acontecimentos da história com os Seus olhos; saboreareis em plenitude a alegria que nasce da verdade. No caminho da vida, que não é fácil nem está isento de armadilhas, podereis encontrar dificuldades e sofrimentos e, por vezes, a tentação de exclamar com o Salmista: “Estou cansado de sofrer” (Sal 119, v. 107). Não vos esqueçais de acrescentar, juntamente com ele: “Senhor, fazei-me viver segundo a vossa palavra... A minha vida é um constante perigo, porém não me esqueço da vossa lei” (ibid., vv 107.109). A presença amorosa de Deus, através da sua palavra, é lâmpada que dissipa as trevas do medo e ilumina o caminho, também nos momentos mais difíceis.


Escreve o autor da Carta aos Hebreus: “A palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes; ela penetra até o ponto onde a alma e o espírito se encontram, e até onde as juntas e medulas se tocam; ela sonda os sentimentos e pensamentos mais íntimos” (4,12). É necessário tomar a sério a exortação de considerar a Palavra de Deus como uma “arma” indispensável na luta espiritual; ela age eficazmente e dá fruto se a aprendemos a escutar, para depois lhe obedecer. Explica o Catecismo da Igreja Católica: “Obedecer (ob-audire) na fé é submeter-se livremente à palavra escutada, por a sua verdade ser garantida por Deus, que é a própria Verdade” (n. 144). Se Abraão é o modelo desta escuta que é obediência, Salomão revela-se, por sua vez, como um buscador apaixonado da sabedoria contida na Palavra. Quando Deus lhe propõe: “Pede-me aquilo que te posso conceder”, o sábio rei responde: “Concede ao teu servo um coração dócil” (1 Reis 3, 5.9). O segredo para ter um “coração dócil” é o de formar-se um coração capaz de escutar. Isto consegue-se meditando sem cessar a Palavra de Deus e permanecendo enraizados nela, mediante o esforço de a conhecer sempre melhor.


Queridos jovens, exorto-vos a adquirir intimidade com a Bíblia, a tê-la ao alcance da mão, para que seja para vós como uma bússola que mostra o caminho a seguir. Lendo-a, aprendereis a conhecer a Cristo. São Jerónimo observa, a este respeito: “O desconhecimento das Escrituras é o desconhecimento de Cristo” (PL 24, 17; cfr. Dei Verbum, 25). Um modo muito reconhecido para aprofundar e saborear a palavra de Deus é a lectio divina, que constitui um verdadeiro e apropriado itinerário espiritual em etapas. Da lectio, que consiste em ler e tornar a ler uma paisagem da Sagrada Escritura, tomando os elementos principais, passa-se à meditatio, que é como uma paragem interior, na qual a alma se dirige a Deus tentando compreender o que a sua palavra diz hoje para a vida concreta. Segue depois a oratio, que nos faz conversar com Deus em colóquio directo, e chega-se finalmente à contemplatio, que nos ajuda a manter o coração atento à presença de Cristo, cuja palavra é “lâmpada que brilha em lugar escuro, até que desponte o dia e se a estrela da manhã se levante em vossos corações” (2 Pe 1,19). A leitura, o estudo e a meditação da Palavra devem, depois, desembocar numa vida de coerente adesão a Cristo e aos seus ensinamentos.


Adverte o apóstolo Tiago: “Sede cumpridores da palavra, não vos limiteis a escutá-la, pois seria enganar-vos a vós mesmo. Quem ouve a Palavra de Deus e não a pratica, é como alguém que observa no espelho o rosto que tem desde o nascimento; observa-se a si mesmo e depois vai embora, esquecendo a própria aparência. Aquele que se aplica atentamente a considerar a lei perfeita que é a lei da liberdade, e nela perseverar, sem ser um ouvinte que se esquece mas que efectivamente a cumpre, esse encontrará a felicidade no seu modo de viver” (Tg 1,22-25). Quem escuta a palavra de Deus e a ela tem como uma constante referência coloca a sua existência sobre um fundamento sólido. “Todo aquele que escuta as minhas palavras e as põe em prática – disse Jesus – será como o homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha” (Mt 7,24): não cederá às intempéries.


Construir a vida sobre Cristo, acolhendo com alegria a palavra e colocando em prática os ensinamentos: eis, jovens do terceiro milénio, qual deve ser o vosso programa! É urgente que surja uma nova geração de apóstolos enraizados na palavra de Cristo, capazes de responder aos desafios do nosso tempo e dispostos a difundir o Evangelho por todo o mundo. Isto vos pede o Senhor, a isto vos convida a Igreja, isto o mundo – mesmo sem o saber – espera de vós. E se Jesus vos chama, não tenhais medo de responder-lhe com generosidade, especialmente quando vos propõe de O seguir na vida consagrada ou na vida sacerdotal. Não tenhais medo; confiai nEle e não se ficareis desiludidos.


Queridos amigos, com a XXI Jornada Mundial da Juventude, que celebraremos no próximo dia 9 de Abril, Domingo de Ramos, empreenderemos uma peregrinação ideal até ao encontro mundial dos jovens, que acontecerá em Sydney, no mês de Julho de 2008. Preparar-nos-emos para este grande encontro reflectindo juntos sobre o tema O Espírito Santo e a missão, através de etapas sucessivas. Neste ano concentraremos a atenção no Espírito Santo, Espírito da Verdade que nos revela Cristo, o Verbo feito carne, abrindo o coração de cada um à Palavra de salvação, que conduz à Verdade total. No próximo ano, 2007, meditaremos sobre um versículo do Evangelho de São João: “Como eu vos amei, assim amai-vos também uns aos outros” (13,34) e descobriremos ainda mais profundamente como o Espírito Santo é Espírito de Amor, que infunde em nós a caridade divina e nos torna sensíveis às necessidades materiais e espirituais dos irmãos. Chegaremos, finalmente, ao encontro mundial de 2008, que terá como tema “Recebereis a força do Espírito Santo, que virá sobre vós e sereis minhas testemunhas” (Act 1,8).


Desde agora, num clima de incessante escuta da palavra de Deus, invocai, queridos jovens, o Espírito Santo, Espírito de fortaleza e de testemunho, para que vos torne capazes de proclamar sem temor o Evangelho até aos confins da terra. Maria, presente no Cenáculo com os Apóstolos à espera do Pentecostes, vos seja mãe e guia. Que Ela vos ensine a acolher a palavra de Deus, a conservá-la e a meditá-la nos vossos corações (cfr Lc 2,19) como Ela o fez durante toda a sua vida. Que Ela vos encoraje a dizer o vosso “sim” ao Senhor, vivendo a “obediência da fé”. Que Ela vos ajude a serdes firmes na fé, constantes na esperança, perseverantes na caridade, sempre dóceis à palavra de Deus. Acompanho-vos com a minha oração, e vos abençoo de todo o coração.


Vaticano, 22 de Fevereiro de 2006, Festa da Cátedra de São Pedro Apóstolo.


Papa Bento XVI

domingo, 1 de abril de 2007

Dúvida

Porque somos jovens e a dúvida é um “sentimento” com o qual nos deparamos no nosso dia-a-dia…


Senhor, protegei as nossas dúvidas porque é a dúvida que nos faz crescer, porque nos obriga a olhar sem medo para as muitas respostas de uma mesma pergunta.

E para que isto seja possível, Senhor, protege as nossas decisões. Dá-nos coragem para, depois da dúvida, sermos capazes de escolher entre um caminho e outro. Que o nosso sim seja sempre um sim, e que o nosso não seja sempre um não. Que uma vez escolhido o caminho, jamais olhemos para trás, nem deixemos que nossa alma seja ruída pelo remorso.

E para que isto seja possível, Senhor, protege as nossas acções. Faz com que o pão nosso de cada dia seja fruto do melhor que levamos dentro de nós mesmos. Que possamos, através do trabalho e da acção, compartilhar um pouco do amor que recebemos.

E para que isto seja possível, Senhor, protege os nossos sonhos. Faz com que, independente da nossa idade ou da nossa posição, sejamos capazes de manter acesa no coração a chama sagrada da esperança e da perseverança.

E para que isto seja possível, Senhor, dá-nos sempre entusiasmo. É ele quem nos liga aos céus e à terra, aos homens e às crianças, e nos diz que o desejo é importante, e merece o nosso esforço. É ele quem nos afirma que tudo é possível, desde que estejamos totalmente comprometidos com o que fazemos.

E para que isto seja possível, Senhor, protege-nos, porque a vida é a única maneira que temos para manifestar o Teu milagre. Que a terra continue a transformar a semente em trigo, que nós continuemos a transformar o trigo em pão.

E isto só é possível se tivermos amor - portanto, nunca nos deixes na solidão. Dá-nos sempre a Tua companhia, e a companhia de homens e mulheres que têm dúvidas, agem, sonham, se entusiasmam e vivem como se cada dia fosse totalmente dedicado à Tua Glória.

Amén