quarta-feira, 30 de junho de 2010

A MALUQUINHA DE ARROIOS

Por sugestão superior, permito-me apresentar um retrato fotografico da comédia 'A Maluquinha de Arroios', na sua primeira sessão, a 26 de Junho p.p. Os actores foram contratados aos jovens da 'JM', mas a organização do evento contou com muitos outros apoios, sempre solidários, da nossa comunidade paroquial. Bem haja por terem oferecido estes momentos de bom humor! Até pareciam (sic!) profissionais, ou melhores!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Coisas Simples

Partilho convosco um texto que li e gostei.. porque os melhores momentos da vida são, a maior parte das vezes, aqueles que são repletos de simplicidade.


"Gosto dos dias compridos. Da Luz do Sol que se prolonga até à noite. Do tempo que parece eterno. Do olhar que parece infinito.

Gosto de me deitar no chão da sala e ver da janela descerrada as cores que se misturam no céu azul de um fim de tarde quentinho. DE sentir o aroma que anuncia o Verão.

Gosto de contemplar o meu filho a dormir. Gosto de o ver a acordar para a vida. Gosto de lhe mostrar o mundo pela minha mão quando caminhamos lado a lado. E ele mostrar-me que o mundo é, afinal, muito maior do que aquilo que eu sei e conheço.

Passa um avião e ele grita de alegria como se tivesse visto uma coisa muito importante. E fica tão feliz só por o ver voar. Um dia hei-de dizer-lhe que a minha paisagem dilecta é ver um avião a descolar, um comboio a partir, um carro a ser conduzido e uns pés a caminharem pela vida. Ir mais longe. Desbravar. Olhar. Tocar. Sentir. Numa palavra, viver.

Gosto de subir a uma colina só para ver o rio e levar para dentro de mim o desassossego da suave ondulação – interpela os sentidos. Gosto de subir caminhos de terra batida só para me sentar num barroco – descansa o olhar. Gosto de observar e absorver tudo o que contemplo como se estivesse diante de um quadro de Monet – um dos meus pintores favoritos. Gosto de abrir os olhos e saber que tudo o que vejo não cabe dentro de mim. Transcende-me. Vou para outro lugar procurar novos caminhos. Abro um livro e com uma lapiseira sublinho pensamentos, palavras, actos e emoções que ficam comigo. Pouso o livro. Olho para o fio do horizonte e sinto-me bem. Volto a caminhar.

Gosto de regressar a casa e sentir que o mais importante da minha vida está ali concentrado naqueles metros quadrados. Gosto de afectos. Daqueles que me enchem de certezas e indicam que tudo o que faço tem sentido.

Gosto de receber os que me fazem sentir feliz por estar na presença deles – este é um dos meus principais critérios quando escolho as pessoas que quero ter ao meu lado.

Gosto de falar e de fazer silêncio. E quando todos vão embora ter a certeza que não estou nem fico sozinha. Há uns anos entrevistei o psicólogo Eduardo a propósito da solidão e ele dizia que “a solidão é a ausência de pessoas dentro de nós”. Quando todos partem é como se visse o tal avião a descolar carregado de sonhos e expectativas que se levam na bagagem. Onde eu também vou. Viajo com eles e eles viajam comigo.

Gosto de sentir que a felicidade está dentro de nós. Que não é preciso percorrer quilómetros nem milhas para correr atrás dela. Ela está mesmo aqui. Tão perto. É feita de coisas simples que não se vendem em nenhum canto do mundo – mas encontram-se algures no nosso mundo."


Texto de Sílvia Júlio (jornalista), in Revista Família Cristã